A coccidiose aviária é causada por protozoários do gênero Eimeria, e é uma das doenças infecciosas de maior impacto econômico na avicultura. Seu controle é realizado principalmente com a ajuda de medicamentos anticoccidianos disponíveis no mercado. No entanto, é de suma importância a realização de monitorias sanitárias nos plantéis para identificar possíveis desafios para o campo.
A avaliação dos escores de lesão intestinal, realizada durante as necropsias das aves, continua sendo a ferramenta mais usual, efetiva e ágil para o controle da Coccidiose. Considerando o ciclo de vida da Eimeria (entre 4 e 7 dias), sabe-se que a esquizogonia (replicação assexuada do parasita) constitui o primeiro estágio de replicação, ocasionando danos aos enterócitos. Dito isto, é fácil entender por que os escores de lesão, descritos como metodologia de Johnson & Reid (1970), permitem o diagnóstico no estágio inicial de desenvolvimento da coccídea nos intestinos das aves.
O raspado intestinal associado à avaliação microscópica (aumento 100x) também é utilizado por algumas empresas. O principal objetivo é realizar a contagem de oocistos, principalmente de E. máxima (visualização macroscópica mais difícil), por meio de raspados intestinais realizados na região do divertículo de Meckel. Estudos indicaram que a E. maxima teve uma prevalência de 4% por macroscopia, enquanto, que, por microscopia, a prevalência foi de 45%. (Gazoni, 2015). Essa ferramenta também pode ser uma alternativa para detecção da coccidiose subclínica. (Ito et al., 2004).
Outra ferramenta utilizada para o controle da Coccidiose é a contagem de oocistos por grama de fezes frescas (OPG), que mensura a excreção de oocistos nas fezes, e, consequentemente, o grau de infecção do plantel. Normalmente, o pico de excreção de oocistos ocorre entre 5 e 7 dias pós infecção das aves. No entanto, estudos concluíram que o OPG não se correlaciona bem com a redução do ganho de peso e escores de lesões. As altas doses de Eimeria resultam em um efeito de aglomeração, que reduz o desprendimento de oocistos nas fezes, enquanto ainda causam danos significativos ao intestino. Essa ferramenta pode ser uma alternativa nos casos de infecções subclínicas. (Conway, 2007).
O teste de sensibilidade a anticoccidianos (AST), também conhecido como o “antibiograma das Eimerias”, é uma ferramenta que auxilia na escolha dos programas de anticoccidianos disponíveis. A eficácia das diversas moléculas é avaliada por meio de análises estatísticas de ganho de peso, conversão alimentar e escores de lesão em aves com aproximadamente 21 dias de idade, que foram inoculadas com oocistos viáveis coletados em campo.
Os ASTs vêm sendo utilizados há anos por pesquisadores europeus e norte-americanos, de forma a esclarecer surtos de coccidiose em determinadas regiões ou empresas.
Portanto, para gestão sanitária dos plantéis, é imprescindível entender qual espécie de Eimeria é mais prevalente na integração, em qual idade os lotes estão mais suscetíveis às infecções, quais são as estratégias disponíveis para monitoria da doença e o mecanismo de ação dos diferentes anticoccidianos disponíveis. Avaliando esses fatores, a escolha das ferramentas de controle se torna muito assertiva.
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Autor:
Josias Rodrigo Vogt – Assistente Técnico | Zoetis – Aves