A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) promoveu, na última quinta-feira (22), uma reunião técnica on-line para apresentar o real cenário da Influenza Aviária (IA) no mundo, além das ações preventivas já executadas e que devem ser tomadas, buscando levar informações ao setor capixaba, caso a enfermidade ocorra no Brasil. O evento contou com o apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e da Superintendência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento no ES (SFA-ES/MAPA), que, por meio de seus representantes, destacaram as atividades que estão desenvolvendo dentro da temática.
A conferência virtual, que foi moderada pelo diretor executivo da AVES, Nélio Hand, contou com as apresentações da diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves, e do coordenador do Programa de Sanidade Avícola do Idaf, Leandro Marinho. Também estiveram presentes representantes do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA), do Fundo Emergencial de Promoção da Saúde Animal do Estado do Espírito Santo (FEPSA-ES), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-ES), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), de prefeituras, e principalmente, técnicos e avicultores capixabas.
Anteriormente às apresentações, o presidente da AVES, Oderli Schneider, deu boas-vindas aos participantes e reforçou a importância do encontro virtual. “Essa reunião acontece num momento oportuno em que podemos trazer informações técnicas para tratar deste assunto. O Brasil ainda é um país livre da influenza e isso é resultado de um trabalho de longos anos que vem sendo feito pela ABPA, Mapa, Idaf e setor. Estamos colhendo os frutos ficando longe desta doença que é realidade em outros países”, lembrou.
Iniciando o ciclo de explanações, Sula Alves falou sobre o cenário de avanço da influenza no mundo, destacando que são mais 40 países com focos ativos da doença, sendo cinco na América do Sul – Colômbia, Equador, Peru, Chile e Venezuela. A diretora técnica da ABPA também explicou como funciona a disseminação do vírus, que ganhou força nos últimos meses com a migração das aves silvestres – animais que são hospedeiros naturais do vírus – ao continente Sul-Americano.
Sula detalhou os fatores predisponentes do vírus e apresentou o plano de ação da ABPA, que já está preparada para uma hipótese de ocorrência da IA no Brasil. “No momento de ocorrência, se houver, nosso trabalho será muito rápido para erradicar por meio do diagnóstico imediato, com ação no foco e também para não disseminar a doença”, reiterou.
Sula destacou que, conforme a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a ocorrência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves silvestres e de subsistência não afetam o status sanitário do país.
Sula Alves, ABPA.
Na sequência, Leandro Marinho citou as ações que o Idaf vem realizando no Espírito Santo e enfatizou a importância do registro de granjas no estado. “Tudo que foi feito desde a criação do programa de sanidade avícola, que os colegas responsáveis técnicos em conjunto com os produtores e a defesa sanitária fizeram foi para chegarmos a esse momento já com a adoção das medidas de biosseguridade. Hoje nós encontramos um cenário de alerta máximo, no qual precisamos ser criteriosos, detalhistas e verificarmos os procedimentos”, declarou.
O representante do Idaf também ressaltou a importância da realização do Plano de Vigilância Ativa da Avicultura Industrial, que ocorreu no final de 2022, e resumiu que a melhor alternativa em casos de dúvidas é notificar. “Todos os elos da cadeia têm que estar fortes. Idaf, produtores, RT’s, Instituições Civis, etc. A notificação é a informação mais importante, por isso, na dúvida, notifique!”, apontou.
Leandro Marinho
Encerrando o ciclo de falas, Nélio Hand declarou que a união de todos que estão ligados direta e indiretamente à cadeia avícola é muito importante neste momento. “Precisamos contar com o apoio de todos, para levarmos informações, para que haja conhecimento para a notificação de casos suspeitos pelas granjas de subsistência e aves silvestres, já que é importante a rápida detecção da doença. Estamos acompanhando o assunto no contexto nacional e junto com as instituições locais estamos trabalhando ações, principalmente voltadas a comunicação/conscientização e a sanar as demandas existentes”, resumiu.
O diretor executivo também ressaltou a atuação da AVES junto às autoridades locais, para compartilhar as informações a respeito do tema, e reforçar a necessidade de atenção máxima a esse e demais temas que compõem a pauta de demandas do setor.
Nélio Hand
Já na parte final da conferência virtual, os explanadores puderam sanar dúvidas dos participantes. Para saber ainda mais sobre o assunto, confira abaixo um resumo sobre a influenza aviária.
FIQUE POR DENTRO
O que é a influenza aviária?
Doença de notificação obrigatória à OMSA, a influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e, ocasionalmente, mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos, bem como o homem, apesar de serem raras essas infecções. A IA não é uma doença transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.
Apesar de ser exótica em território nacional, ou seja, nunca detectada no Brasil, a influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.
Fatores de risco
Atualmente os principais fatores que contribuem para a transmissão da influenza aviária são os seguintes:
Aves migratórias/silvestres – A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da IA. Estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório dos vírus da IA.
Globalização e comércio internacional – O intenso fluxo de pessoas ao redor do mundo, assim como de mercadorias, aumenta consideravelmente o risco de disseminação.
Mercados/feiras de vendas de aves vivas – Podem facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais.
Falta de biosseguridade nas granjas.
Como prevenir?
A primeira linha de defesa contra a influenza aviária é a detecção precoce e a notificação oportuna de suspeita da doença para permitir uma resposta rápida, a fim de evitar a disseminação.
Aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a aves silvestres, é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus no plantel avícola nacional. Entre as orientações práticas aos produtores estão:
Adotar e reforçar todas as medidas de biosseguridade (cerca, tela, barreiras sanitárias, e etc);
Não receber nas propriedades e, especialmente nas granjas, pessoas não vinculadas ao sistema produtivo. A recomendação é redobrada para pessoas provenientes do exterior, estrangeiros ou brasileiros;
Sempre lavar as mãos e trocar roupas e sapatos antes de acessar as granjas.
Em caso de viagem ao Exterior, ao voltar, lavar todas as roupas e sapatos;
Evitar o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente aves silvestres. Verificar as telas dos aviários.
CLIQUE AQUI E CONFIRA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A INFLUENZA AVIÁRIA (INSERIR O LINK – https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/pnsa/influenza-aviaria/PerguntaserespostassobreIA.pdf)
Fontes: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Fonte da notícia: Assessoria de Imprensa AVES.