A coccidiose aviária, causada por parasitas intracelulares do epitélio intestinal do gênero Eimeria, possui distribuição mundial e, certamente, é uma das doenças que mais provoca prejuízos financeiros a avicultura industrial.
A severidade e características das lesões intestinais variam de acordo com a espécie de coccídia envolvida. Aves infectadas com espécies patogênicas apresentam palidez, desidratação, apatia e diarreia aquosa, mucoide e/ou sanguinolenta, prejudicando o desempenho zootécnico dos lotes.
Seu controle pode ser realizado através do uso consciente de vacinas (vivas e inativadas) ou medicamentos anticoccidianos disponíveis no mercado (ionóforos monovalentes, ionóforos glicosídicos monovalentes, ionóforos divalentes, anticoccidianos sintéticos e algumas associações). Sendo as drogas anticoccidianas mais comumente adotadas para o controle da doença em aves de corte.
A realização de monitorias sanitárias nos plantéis é imprescindível para a identificação de possíveis desafios de campo e apoiar na escolha dos programas de anticoccidianos, que devem ser rotacionados conforme os desafios de cada cadeia avícola e os pontos fortes de cada produto..
A avaliação dos escores de lesão intestinal, realizada durante as necropsias das aves, associada a análise do desempenho zootécnico dos lotes continuam sendo as ferramentas mais usuais, efetivas e ágeis para o controle da coccidiose. O raspado intestinal associado à avaliação microscópica (aumento 100x), assim como a contagem de oocistos por grama de fezes frescas (OPG) são alternativas ao diagnóstico da coccidiose, inclusive subclínica.
Para auxiliar nas escolhas dos programas e identificar o grau de resistência dos diferentes anticoccidianos disponíveis no mercado, o teste de sensibilidade a anticoccidianos (Anticoccidial Sensitivity Test – AST) vêm sendo utilizados há anos por pesquisadores, de forma a esclarecer desafios de coccidiose em determinadas regiões ou empresas. A eficácia das diversas moléculas e associações é avaliada por meio de teste in vivo e análises estatísticas dos parâmetros zootécnico, como ganho de peso e conversão alimentar e por meio dos escores de lesão oriundas da Eimeria avaliada.
Em dois recentes estudos publicados na FACTA, denominados “Teste de sensibilidade anticoccidiana (AST) como ferramenta para escolha de programas com base na sensibilidade das moléculas” (estudo 1) e “Resultados de um AST (teste de sensibilidade aos anticoccidianos) para Eimeria maxima no estado do Paraná” (estudo 2), foram coletadas aproximadamente 5 kg de fezes, para cada trabalho, em integrações de frango de corte que apresentavam sinais clínicos sugestivos de coccidiose. Após a coleta das fezes, os oocistos foram purificados, esporulados e quantificados para formação do inóculo. Cada teste AST foi composto por 4 repetições de 6 aves por tratamento. As aves receberam uma ração inicial padrão (sem anticoccidianos) do 1° ao 11° dias de idade. Posteriormente até o 20° dia de vida, receberam rações medicadas com diferentes anticoccidianos, conforme os tratamentos, T1: Controle negativo (não medicado e não desafiado); T2: Controle positivo (não medicado e desafiado); T3: Lasalocida (90ppm); T4: Nicarbazina + Salinomicina (100ppm); T5: Decoquinato (30ppm); T6: Nicarbazina + Semduramicina (66ppm); T7: Monensina (120ppm); T8: Salinomicina (72ppm); T9: Nicarbazina + Narasina (100ppm) e T10: Nicarbazina (125ppm). Aos 14 dias de vida todos os grupos exceto o T1, receberam o inóculo de E. maxima (EM) diluído para um volume de 1 ml/ave. Aos 20 dias, as aves e a sobra de ração foram pesadas para realizar o cálculo da Conversão alimentar (CA), e todas as aves foram sacrificadas, seguindo os critérios de bem-estar animal, e as lesões intestinais classificadas em escores para EM, conforme metodologia descrita por Johnson & Reid (1970).
Os resultados dos dois testes de sensibilidade aos anticoccidianos citados, publicados pela equipe técnica da Zoetis, podem ser conferidos abaixo:
Para a gestão sanitária dos plantéis em relação a coccidiose, é importante entender qual espécie de Eimeria é mais prevalente na integração, em qual idade os lotes estão mais suscetíveis às infecções, quais são as estratégias disponíveis para o monitoramento da doença e o mecanismo de ação dos diferentes anticoccidianos disponíveis. Avaliando esses fatores, a escolha das ferramentas de controle se torna mais assertiva.
Conheça as soluções da Zoetis para prevenção de coccidianos.
Avatec: https://www.zoetis.com.br/pesquisa-de-produtos/produtos/avatec-20.aspx
Deccox: https://www.zoetis.com.br/pesquisa-de-produtos/produtos/deccox-6.aspx
Autora:
Beatriz Silva Santos – M.V Serviços Técnicos | Zoetis – Aves