A doença de Newcastle está entre as principais enfermidades de controle oficial do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), detalhadas no Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), instituído pela Portaria nº 193, de 19 de setembro de 1994. Este plano define os procedimentos de prevenção e vigilância epidemiológica, assim como os critérios básicos de biosseguridade a serem executados pelas unidades avícolas, onde todas essas diretrizes são norteadas pelo que está proposto no Código Sanitário de Animais Terrestres da OIE (Organização Mundial da Saúde Animal).
Essa importante enfermidade integra a lista de doenças de notificação obrigatória (IN MAPA nº 50/2013) junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), sendo enquadrada na categoria de doenças de notificação IMEDIATA de qualquer caso suspeito. A coleta das amostras, diagnóstico e monitoramento são executados por veterinários oficiais.
A vigilância constante, o controle e a prevenção, seguindo os procedimentos descritos nos manuais, portarias e instruções normativas dos órgãos legisladores responsáveis, têm ajudado no controle da enfermidade nos últimos anos no país. Desde 1997 não existem surtos relatados da doença em estabelecimentos comerciais.
O diagnóstico diferencial deve ser feito tanto de doenças que acarretam lesões nervosas (encefalomielite aviária, doença de Marek), como daquelas de origem respiratória (bronquite infecciosa das galinhas, metapneumovirose, laringotraqueíte, micoplasmose e influenza aviária, por exemplo).
Como os sinais clínicos e lesões macroscópicas para esta enfermidade são inconclusivos, o diagnóstico laboratorial é necessário para a confirmação da suspeita. O isolamento, a identificação e a caracterização viral estão entre os métodos de diagnóstico disponíveis, assim como técnicas sorológicas (inibição da hemaglutinação – HI e ELISA) e moleculares (RT-PCR).
A classificação do VDN em patotipos é algo mais didático do que prático, e por conta disso, muitas vezes fica difícil diferenciar a virulência das cepas (lentogênicas x velogênicas) baseando-se somente nas apresentações clínicas. Portanto, a OIE definiu alguns critérios utilizando métodos laboratoriais (figura 1) que auxiliam na determinação da patogenicidade do VDN:
In vivo: Índice de Patogenicidade Intracerebral (IPIC)
A doença de Newcastle é uma infecção causada pelos vírus APMV-1 altamente virulentos que apresentam IPIC ≥ 0,7 em pintos de 1 dia de idade. Sua metodologia consiste na injeção de um inóculo por via intracerebral, em 10 pintos SPF de 1 dia de idade, contendo o VDN diluído em uma solução isotônica salina estéril. Durante 8 dias estas aves são observadas e de acordo com as observações diárias do seu status de saúde, uma pontuação é atribuída para as seguintes condições: 0 – aves normais; 1 – aves doentes e 2 – aves mortas. Ao final da análise, teremos os vírus mais virulentos aproximando-se de um resultado 2,0, enquanto vírus lentogênicos geralmente possuem um valor próximo a 0,0.
Vale ressaltar que esse teste atualmente é o padrão internacional recomendado pela OIE. Outras técnicas de caracterização biológica, foram muito utilizadas no passado, mas caíram em desuso, como o índice de patogenicidade intravenosa (IPIV) e o tempo médio de morte embrionária (TMME) em embriões de galinha.
In vitro: Sequenciamento do sítio de clivagem
A doença de Newcastle é uma infecção causada pelos vírus APMV-1 altamente virulentos que apresentam sequências de aminoácidos na proteína viral de fusão (F) semelhantes às observadas em outros vírus altamente virulentos isolados anteriormente.
E assim, encerramos a série de textos dedicados à doença de Newcastle, onde buscamos abordar de forma objetiva e informativa diversos aspectos relacionados a esta importante enfermidade.
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Autor:
Antônio Neto – M.V Serviços Técnicos | Zoetis – Aves