Interessante pensar que a casca dos ovos são a “embalagem” mais perfeita que a natureza já criou.
A casca do ovo oferece proteção contra a invasão microbiana, controla a troca de água e gases através dos poros e constitui a fonte de cálcio para o embrião durante seu desenvolvimento, porém podem surgir algumas doenças das cascas dos ovos, que devem ser identificadas.
QUAL A COMPOSIÇÃO DA CASCA DE OVO?
Sua composição é predominantemente mineral (96,5%) sendo a fração orgânica menor em percentual (3,5%). A estrutura da casca do ovo é composta por várias camadas que são formadas ao longo do istmo e do útero da galinha.
Estima-se que a casca do ovo tenha entre 10.000 a 20.000 poros que desempenham o papel de ser o caminho por onde ocorrem as trocas gasosas e de umidade durante o processo de incubação e desenvolvimento do embrião.
Por esse motivo, os poros da casca são considerados por muitos pesquisadores os fatores mais importantes da estrutura do ovo. Os ovos de matrizes mais velhas costumam ser maiores, tem a casca mais fina e maior número de poros, resultando em maior risco de trincas, quebras ou contaminação bacteriana.
COMO OCORRE A PROTEÇÃO MICROBIOLÓGICA DO OVO?
Um componente fundamental para a proteção microbiológica do ovo fértil é a cutícula. Ela é depositada na superfície mineral da casca no final da sua formação momentos antes da postura do ovo. A cutícula é um componente orgânico lubrificante constituído por proteínas associadas a uma porção de polissacarídeos e lipídeos.
Essa camada é a primeira linha de defesa contra as doenças nas cascas dos ovos, pois é uma barreira física. Dessa forma, é capaz de prevenir contaminações pela entrada de micro-organismos como a Escherichia coli, presente no ambiente externo onde estará o ovo fértil logo após a oviposição.
A cutícula age vedando parcialmente os poros da casca do ovo para impedir a entrada de fungos e bactérias, permite a troca de gases entre o embrião e o meio ambiente, e também dificulta a perda excessiva de umidade do ovo.
COMO REDUZIR A CONTAMINAÇÃO DO OVO FÉRTIL?
Embora a casca do ovo tenha mecanismos para proteger o embrião, eles não são infalíveis. A contaminação externa do ovo fértil deve ser reduzida ao máximo para evitar que o embrião seja atingido.
Cada vez mais o setor levanta a problemática das contaminações por colibacilose, pois as APEC´s (Avian Pathogenic Escherichia coli) têm sido isoladas de pintinhos no momento do nascimento antes mesmo de chegarem às granjas de criação. Isso é sinal de que em alguma fase anterior ao nascimento houve a contaminação.
O manejo dos ovos férteis, incluindo o número de coletas, manejo da cama das granjas, manejo dos ninhos, limpeza e desinfecção da superfície da casca, higiene durante o processo de incubação e tipo de estrutura (ninhos mecânicos ou convencionais) são fatores críticos para evitar que a Escherichia coli consiga chegar até o embrião, além de outras doenças nas cascas dos ovos.
Outra medida reconhecidamente válida e eficaz para diminuir a contaminação e reduzir o risco por APEC´s é a vacinação das matrizes (reprodutoras). Aves vacinadas tem menor quantidade de Escherichia coli nas mucosas e consequentemente transmitem menor carga desse microorganismo para suas progênies.
Para saber mais continue acompanhando as postagens sobre o assunto no BLOG Painel da Avicultura da Zoetis.
Fonte: Acessória de imprensa