Produção de soja cresce no Ceará e já abastece a avicultura

Para atender toda a demanda dos avicultores, a área plantada, que hoje é de 4 mil hectares, precisará alcançar 50 mil hectares.

Apostando no avanço da produção do grão em solo cearense, o grupo Tijuca Alimentos, liderado pelo empresário Everardo Vasconcelos, comprou, neste ano, mais de 150 mil sacos de soja produzida nos municípios de Ibiapina, na Chapada da Ibiapaba, no Noroeste do Estado, e Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Quixeré, na Chapada do Apodi, na região Leste. Outras empresas avícolas do Ceará fizeram o mesmo.

Marden Alencar Vasconcelos, responsável pelas operações da Tijuca e vice-presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), diz à coluna que um terço da soja foi adquirida em Ibiapina e os outros dois terços foram comprados de produtores do Apodi.

A soja em grão, depois, digamos assim, de “cozinhada” para a eliminação das toxinas, é transformada em farelo e óleo, entrando na composição da ração que alimenta as aves, sem, porém, substituir o milho, principal insumo do setor.

A produção de soja em solo cearense tem sido muito celebrada pelos avicultores, pois reduz os custos da atividade, que, no Ceará, seguem em aclive e na velocidade do frevo.

Mas, para que seja atendida toda a demanda da avicultura estadual cearense, a produção de soja teria de ocupar uma área de 50 mil hectares – ou seja, 46 mil hectares a mais do que a área cultivada agora.

Diante dessa perspectiva de mercado garantido, os produtores de soja no Ceará já dão os primeiros sinais de que ampliarão seus investimentos para atender à demanda da avicultura.

O plantel cearense de aves tem números que impressionam.

Marden revela que o Ceará tem hoje – entre poedeiras e frangos de corte – 21 milhões de aves alojadas. Essa população avícola consome, por dia, 2.100 toneladas de ração. A soja representa 20% da ração; o milho, 60%.

Um detalhe que o sócio e diretor da Tijuca Alimentos faz questão de ressaltar: a soja produzida no Ceará já garante um mês do consumo do setor. Ele acrescenta:

“Se levarmos em conta que, até um dia desses, o Ceará não produzia soja, essa produção, que segue crescendo no Apodi e na Ibiapaba, pode ser vista como uma revolução benfazeja. Estamos torcendo para que a mesma coisa aconteça com o milho”, conclui Marden Vasconcelos.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *